Foi muito difícil para nós, Coordenadores Pedagógicos, conseguirmos legitimar nossa função dentro do espaço escolar. Éramos solicitados a fazer atividades de diretor, de auxiliar administrativo, de professor, enfim, um pouco de tudo e no final sem funções claras e específicas para nosso cargo.
Não que ainda não façamos um pouco dessas coisas.  Claro que fazemos, pois a parceria entre todos os profissionais faz com que o trabalho tenha muito mais resultados. 
Mas agora, sabemos quais são nossas principais funções.
Dentro delas está uma que considero a principal e mais desafiadora: formar nossos professores.
Queremos ajudá-los a refletir constantemente sobre suas práticas.
Queremos que eles planejem com qualidade, avaliem seu planejamento conscientes daquilo que haviam planejado e saibam observar os acertos e possíveis melhorias para planejar novamente os próximos passos. 

E essa não é uma tarefa muito fácil.
Precisamos conhecer bem os professores e as necessidades de cada um, além de acompanhar de perto os planejamentos e ajudá-los a avaliar suas atividades.
Já tentou usar FILMAGENS nessa tarefa? Não? 

Por que filmagens?

A filmagem traz bons resultados porque "tira" o professor de dentro da situação. Ele pode avaliar o depois, olhando para sua atuação, entendendo quais são os pontos fortes da atividade e estratégia usados e quais pontos podem ser melhorados para alcançar o objetivo esperado. Ele consegue perceber ações que, estando dentro da situação, dificilmente poderiam ser percebidas.

Claro que não vamos chegar de hoje para amanhã e dizer para os professores que a partir de agora suas aulas serão filmadas.
Isso pode gerar um desconforto generalizado e talvez os professores se sintam vigiados, ou coisas assim. 
Se você já tem a confiança do seu grupo, com certeza isso será mais fácil pois a equipe já entenderá que essa nova estratégia que você quer usar será para a melhoria do trabalho. 
Mas se a equipe ainda está conhecendo seu trabalho, vá devagar. Explique aos poucos qual é sua intenção com as filmagens. Também, faça pequenas filmagens de momentos mais descontraídos para ir quebrando o gelo, e depois mostre para a equipe. 
Lembre-se: a filmagem não deve ser usada para apontar os erros. Um dos objetivos é avaliar as escolhas do professor durante determinada atividade para saber se foram as melhores para aquele momento ou não de acordo com a necessidade das crianças. E reforçar as ações que estão funcionando e que devem continuar. 

Como utilizar?

A filmagem por si só não trará os resultados esperados.
É necessário combinar com o professor todas as etapas.
Primeiro escolha dentro do semanário qual atividade do professor você pretende acompanhar e filmar.
Faça uma reunião com esse professor e combine com ele cada detalhe. Conversem sobre o objetivo dele, quais estratégias pretende usar e qual o objetivo que pretende alcançar nessa atividade. Podem acrescentar nessa conversa alguns pontos como: sente alguma dificuldade ao realizar esse tipo de atividade? Tem algum foco que você gostaria que eu (coordenador) observasse para poder ajudar a melhorar? 

Coloquei essa questão porque os professores se sentem mais a vontade para colaborar com a filmagem quando sabem que estão participando ativamente na elaboração dos objetivos e faz com que o próprio professor pense em suas dificuldades e tente fazer melhorias para supera-las com a ajuda do coordenador. 

Voltando para nossa reunião com o professor, é muito interessante o Coordenador pensar nos pontos em que o professor pediu ajuda e separar uma pequena matéria de boas fontes sobre o assunto, para que ele possa ler talvez antes de aplicar a atividade. E também ali no momento da reunião, elaborem duas ou três observações que serão feitas durante a filmagem. 
Esses pontos são FUNDAMENTAIS para que o momento de assistir a filmagem não vire um momento de olhar a criança que olhou pro lado, ou se transforme em risadas pela atuação do professor ou do grupo. Acredite, perder o foco por nos assistir atuando é muito fácil, RS!

Recapitulando com um exemplo

- O CP já percebeu que o professor X tem alguma dificuldade em contar histórias para o grupo. Talvez o professor não faça gestos e entonações, e as crianças rapidamente se dispersam. Depois o CP sempre ouve desse professor que a turma NÃO GOSTA DE HISTÓRIAS. O CP sabe que talvez seja necessário apenas fazer alguns ajustes na forma de contar essas histórias.
- O CP pega o semanário desse professor e marca qual dia e horário esse professor tem o momento da historia e combina com ele que gostaria de filmar esse momento. 
- O CP separa alguma matéria que dê algumas dicas que estão de acordo com a necessidade desse professor. 
- O CP marca uma reunião para que eles possam conversar sobre o FOCO a ser analisado no momento da filmagem. 
- O Professor talvez ache que as crianças fazem muita bagunça e pede para que o CP o ajude nesse ponto também. Os dois juntos elaboram algumas perguntas, não muitas e assim fica combinado para o dia da filmagem pensarem nesses pontos.
- Também pode ser feita a leitura do texto separado pelo CP, junto com o professor para que os objetivos fiquem na mente dos dois e sirva para reflexão na hora da filmagem e na hora de assistir.
- O CP entrega uma cópia dessas perguntas. O professor vai ficar muito mais tranquilo sabendo o que acontecerá na filmagem.
- Depois da filmagem, o CP marca outra reunião. Agora para assistirem a atuação do professor e analisar aquelas perguntas deixadas. O próprio professor pode levantar pontos em que avalia que está acertando e pontos que podem ser melhorados. Talvez ele consiga perceber que aquela dificuldade apontada sobre as crianças bagunçarem muito, tem haver com a forma que ele conta a história. O CP também pode levantar pontos que achou importantes serem falados e reforçar os pontos positivos também. Anotem tudo.
- Eles pensam nas sugestões do texto lido e em estrategias que serão usadas na próxima leitura de historias e o professor vai coloca-los em prática. 
- Os dois já deixam marcado a próxima filmagem onde será avaliado como foi a outra contação de historias usando as estratégias que levantaram juntos. 
- Na próxima reunião para assistir essa filmagem, eles avaliam se as novas estratégias deram certo e quais melhorias podem ser feitas. 

Nesse exemplo acima foi colocado um ponto que o CP, que conhece muito bem seu grupo de professores, já percebeu no professor X, mas que talvez ele próprio ainda não tenha percebido. 
O CP até pode dizer diretamente ao professor que faça mais gestos, entonações (se esse for o caso). Mas por que não deixar o próprio professor perceber isso durante a filmagem? 
O professor agora está na terceira pessoa e consegue ver a situação de fora, por outro ponto de vista.

Recompensas

Digo à vocês por experiência própria que essa estratégia pode dar muito mais resultados do que simplesmente dizer ao professor o que fazer. 
Tive experiências incríveis e maravilhosas e por isso recomendo fortemente que a façam.

Dá um pouco de trabalho? Sim!
Mas o que na nossa profissão não dá?
Temos que cavar momentos para que essa rotina aconteça de verdade. Por mais difícil que pareça com as muitas coisas que precisamos resolver no dia, isso se torna um desafio. Mas é possível, se decidirmos que queremos. 
E quanto mais trabalho, mais prazeroso é ver os resultados.
São passos de formiguinha. 
Também vamos errar algumas vezes e aprender com nossos erros.
Mas é muito recompensador. 

A filmagem me ajudou muito enquanto Coordenadora Pedagógica. 
Estar ali na sala, fingindo que não estava, não intervindo em nada, ficando neutra (pois o momento da filmagem exige isso) me fazia pensar em como é bom poder dividir com o professor essa tarefa de ensinar as crianças com o máximo de qualidade. 

Chegou um momento em que as próprias professoras faziam filmagens. Pegavam a máquina fotográfica, colocavam num cantinho da sala e depois traziam para que analisássemos juntas e já sabendo o que queriam que fosse analisado. E era uma empolgação que me comovia de verdade. Elas entenderam o propósito, e aquele momento não era mais de medo porque a Coordenadora está aqui me olhando aplicar uma atividade. Era de confiança, onde juntas trocávamos informações e conhecimentos. 

Vi professoras crescerem muito, pensando muito mais cuidadosamente nos objetivos das atividades que planejavam.

Amigos e amigas CPs, façam a experiência e venham me contar. 
Espero que ajude.

Abraços, 
Lu Fernandes Pedagoga




Ah! Se tem algo mágico na rotina educacional, é o momento das histórias.
Conto de fadas, lendas...
Autores antigos, novos autores...
Livros muito ilustrados e livros sem figuras...

São muitas, são tantas as possibilidades.
As crianças amam ouvir essas histórias e quando acaba, querem ouvir de novo, e de novo e de novo.
Sim, eles podem ouvir uma mesma história muitas vezes sem se cansar.
Ouvem tanto que acabam até decorando as falas, não é mesmo?

Você professor, já teve quantas experiências diferentes com histórias contadas para as crianças?
E você, mamãe, papai, avó, avô, tio ou tia que conta histórias para seus pequenos em casa, talvez antes de dormir, ou na hora da brincadeira. Não é um momento realmente mágico? 

Mas existem tantas formas diferentes de contar histórias que às vezes ficamos sem saber qual escolher.
Vamos ver algumas delas e também alguns de seus objetivos, para que você saiba em que ocasião usá-las. 

Ler livro com mais figuras do que escrita (ou nenhuma escrita)

Apesar de muitos afirmarem que esse tipo de leitura deve ser feito principalmente para as crianças do berçário, eu acredito que eles podem ser usados em diversas  idades com diferentes objetivos. Se o livro não tem escritas, eu enquanto leitor posso tentar ver o que minha imaginação vai criar baseado nas figuras. Será que eu consigo criar uma sequência tentando entender o que o autor quis passar? Será que minha ideia é diferente da ideia do meu colega? Como anda minha imaginação?
E quanto à imaginação, sabemos que as crianças tem sobrando. Porque não incentivar mais ainda esse talento? 
Você pode abrir o livro e mostrar a figura daquela página. Veja o que as crianças dizem antes de você dizer algo. E se tiver alguma coisa escrita, deixe as crianças imaginarem primeiro para depois ler o que está registrado ali. 
Aqui vai aquela famosa frase que dizemos para as crianças no momento da história, com aquela voz especial: "Crianças, o que será isso?" ou "Crianças, o que vocês estão vendo aqui?" 
Sempre importante lembrar que devemos garantir que todas as crianças estejam conseguindo ver o livro de forma clara, seja com todos sentados em roda onde o professor gira o livro lentamente para que todos vejam, seja com o professor ligeiramente sentado mais alto que as crianças (veja aqui que disse ligeiramente, pois não adianta nada tentar contar uma história em pé, e o livro fora do alcance de visão dos pequeninos e depois reclamar que eles não prestaram atenção). 
Pode ser que cada criança diga algo diferente, dependendo da imagem, mas eles não estarão errados, pois o que está questão naquele momento é estimular essa criatividade. 
Só depois o professor diz sua versão ou a frase escrita naquela página do livro. 

Ler livro apenas com escritas

Mas livros sem desenhos, figuras, para crianças pequenas? Claro que sim meus amigos! Um dos objetivos é formar um cidadão leitor. Esse tipo de livro não precisa necessariamente que a criança olhe cada página. Mas o professor precisa se preparar muito bem antes de lê-lo pois, para envolver as crianças, serão necessárias entonações de acordo com o que o livro pede. 
Voz e risadas de bruxa? Momento de suspense? Pessoas muito felizes? Ou chorando? 
Também é muito importante lembrar que a leitura deve ser exatamente como o autor escreveu. A criança terá acesso a esse livro, e pode ser que ele imite sua leitura. Como o livro não tem ilustrações para que ele relacione a pagina com a história, ele confia que aqueles símbolos que ainda está aprendendo que são letras, transmitem a historia que meu professor contou. Então, prepare-se bem.  

Enfatizar autor, ilustrador e editora

Antes de começar uma historia, mostre a capa, diga o nome da historia, o nome do autor e do ilustrador e enfatize também a editora. Até mesmo ler o resumo sobre a vida deles que vem no livro. Por quê? Mais uma vez entra a questão do cidadão leitor. Com o passar do tempo as crianças reconhecerão os livros de determinado autor ou editora. Começarão a ter preferências de leitura. Estarão mais "íntimos" de determinados autores conhecendo um pouco mais de quem escreveu aquele livro que eles tanto amam.
Imagine a cena:
- Crianças, hoje o Carlinhos vai escolher o livro da nossa história do dia. Que história vamos ouvir hoje? 
- Peguei uma livro da Ruth Rocha.
Ui! que luxo hein?

História apenas contada (sem livro)

Aqui um dos objetivos é deixar com que apenas a voz guie as crianças no mundo da imaginação. Também é necessário um preparo para saber dar ênfases com a voz e transmitir as emoções. Mas o professor está livre para contar a historia de acordo com o que sua imaginação permitir.

Contar histórias usando objetos

Um dos objetivos é estimular a criatividade e as possibilidades. Mais uma vez o professor está livre para contar a história do seu jeito, mas agora temos recursos que vão variar de acordo com o nível de imaginação do professor. 
Contar uma história onde os personagens e as cenas são lenços coloridos? Ou os personagens são os lápis de cor da caixa? Ou será um jogo de luz e sombras? Um simples pedaço de papel? 
Qualquer objeto pode se transformar. Lembre-se que para o encantamento da historia acontecer, os recursos não precisam ser caros ou elaborados. Quem os transforma é você que conta a historia. Esses simples objetos criam vida. Podem acreditar!

Teatro da história

Nesse caso, estimular a veia artística dos envolvidos é um dos objetivos. Quer seja um teatro produzido pelos professor para encantar as crianças, ou as próprias crianças sendo os personagens, esse é um momento que exige sincronismo - pois cada personagem deve saber o momento de entrar, falar e sair- e conhecimento da historia - pois cada personagem deve conhecer sua fala. Além desses, muitos outros aprendizados acontecem nesse momento. E claro, o momento mágico onde as crianças veem seus professores como personagens reais da historia, ou eles mesmos sendo os heróis das historias que ouvem.
É o máximo, não é mesmo?

Assistam a esse vídeo inspirador da Nova Escola (Clique aqui). Observem as explicações dos professores,e as reações dos bebês. 
É lindo de ver!

Já conseguiu decidir qual dessas estratégias usará para alcançar aquele objetivo do planejamento? 

Quais as formas de contar histórias você mais gosta de usar? 
Vamos incrementar essa lista?
Que outros objetivos podemos ter com esses momentos?
Espero sua contribuição.


Abraços, 
Lu Fernandes Pedagoga





Durante o dia nos CEIs, onde o período de permanência das crianças é longo, muitos momentos são preparados para garantir as brincadeiras.

Muitos CEIs tem:
- Brincadeiras na entrada pela manhã
- Brincadeiras após a atividade planejada do dia
- Brincadeiras após o lanche da tarde (que muitas vezes são no parque do CEI)
- Brincadeiras em momentos de transição (como entre o fim de uma atividade e o início de outra)
- Brincadeiras no final do dia para esperar os pais.

Mas a correria do dia muitas vezes faz com que nem todos esses momentos de brincadeiras sejam planejados com a atenção que deveriam ter. Para tentar amenizar a situação, os professores pedem para as crianças se sentarem "encostados na parede" para terem uma sensação de controle da situação, pegam aquele balde de brinquedos e despejam no meio da sala. Depois falam para as crianças que brinquem com aqueles brinquedos. (Eu sei amigos, é meio estranho, mas esse exemplo de situação é real). 

Dentro de pouco tempo o que vemos são crianças correndo pela sala, batendo nos colegas sem motivo algum,  outros chorando, outros quebrando os brinquedos porque não sabem como brincar com eles.
O que era pra ser um momento prazeroso se torna uma grande confusão.
Colegas, tenho certeza que muitos de vocês já viram, passaram ou passam por situações parecidas.
Eu mesma já fiz tanto isso.... e não me orgulho nem um pouco.

Foi quando ouvi falar em cantinhos, cantos diversificados, cantos de atividades, e outros nomes que no fim, significam a mesma coisa.

Esses cantos nos ajudam DEMAIS. Nos proporcionam momentos de brincadeiras de qualidade para nossas crianças e ainda ajudam na criatividade deles.
Mas como tudo na nossa amada e desafiadora profissão, isso também não vai acontecer como num passe de mágicas.
No começo exige SIM um esforço maior, mas depois é muito recompensador e se torna cada vez mais fácil.

Vamos ver algumas ideias, dificuldades e os resultados que encontramos para conseguir com que os cantinhos sejam bem sucedidos

Visualizando a rotina

  • Pense primeiro quais são os momentos de brincadeiras no CEI (parecido com o que fiz acima).
  • Avalie o espaço, ou espaços que você tem.
  • Observe com um olhar mais cuidadoso e observe as pistas que as crianças dão de quais brincadeiras elas mais gostam, ou mais tentam representar pois estão em sua realidade, seu cotidiano.
  • Faça uma lista delas.
  • Distribua pelo seu semanário separando as que podem ser fixas e as que podem mudar sempre.
  • Guarde essa lista e atualize sempre que necessário, de acordo com a necessidade das crianças.

Não desanime com a falta de espaço


Um problema muito comum e que costuma desestimular os professores é a falta de espaço. Algumas salas são realmente muito pequenas, mas calma! Não desanime.
Procure avaliar de coração aberto as POSSIBILIDADES de espaço que você tem.
É muito mais comum do que vocês imaginam essa ser a primeira reação: "Aqui na minha sala ou aqui no CEI não é possível implantar cantinhos".
Mas vocês podem se surpreender com o que um olhar mais criterioso e muita pesquisa pode fazer.
Quer alguns bons testes de avaliação?

Problema: Minha sala tem um monte de colchonetes no canto da sala. Mal cabem as crianças.
Solução: Use os colchonetes para montar os cantinhos. É isso mesmo! Os cantinhos com colchonetes ficam muito confortáveis e fazem lindas divisões na sala. Monte-os no formato de sofá e coloque um colchonete entre um "sofázinho" e outro pra fazer a divisão entre eles. Daí coloque os cantos apropriados para sua turma.
Em alguns casos, esses cantos não podem ser permanentes justamente por conta do espaço e porque as crianças precisam usá-los. Mas com o tempo as próprias crianças ajudam a desmontar e o trabalho fica mais rápido.

Problema: Minha sala tem mesinhas para atividades. Elas ocupam muito espaço. 
Solução: Da mesma forma, use-as para montar os cantinhos.Quando precisar usar para a atividade, peça que as crianças ajudem a guardar cada coisa no seu devido lugar.

Problema: Realmente, nem que eu queira, tem condições de montar cantinhos na sala. 
Solução: Então pense em algum corredor ou área interna ou ate externa da sala. Você pode conversar com a Coordenadora e proporcionar experiencias de atividades em ambientes diferentes para as crianças. As vezes será ate mais interessante fazer um diferencial, como receber as crianças em um ambiente aberto até o momento do café

Então.... depois de analisar com muito critério, tenho certeza que encontrará um cantinho especial aí no CEI.

Necessidades da turma


Imaginemos que você percebeu que sua turma gosta muito de rabiscar, tem algumas mamães que estão grávidas, eles comentam que estão vendo parentes com doenças como a dengue (as crianças conversam sobre tudo com os professores, não é mesmo?), brincam sempre do mesmo jeito (também pode acontecer) e talvez seu projeto seja sobre dinossauros.

Podemos organizar os seguintes cantinhos:
  • Canto de artes - os materiais podem variar: folhas de diferentes formatos e texturas, tinta, lápis de cor, giz de cera, massa de modelar, papelão, - para suprir a necessidade do rabiscar.
  • Canto do médico, da casinha , da boneca - para suprir a necessidade de expressar o que estão sentindo com a espera de um novo membro na família e as duvidas que passam em suas cabecinhas, pois as crianças nos mostram tudo isso através das brincadeiras.
  • Canto do médico, da farmácia, da boneca, do desenho - para exteriorizar os sentimentos nos casos de doenças na família. 
  • Canto de monta tudo, blocos lógicos, fantasias - como podem ser montados e utilizados de varias maneiras, é preciso usar a imaginação para criar.

Materiais


Gosto muito da ideia de recicláveis e materiais que seriam descartados.
Sabe aquele teclado que ninguém usa mais? E as caixas de remédios que vão para o lixo?(claro que muito bem observadas para ver se não oferece algum tipo de risco). Um sapato branco de algum parente que está sem uso? 
Visualize em quais cantinhos acima você pode utilizar esses materiais.
Faça uma lista de recicláveis que você provavelmente precisa e peças ajuda aos pais e comunidade para consegui-los. Explique o objetivo e eles entenderão com certeza e ajudarão muito. 
A possibilidade e variedades e de materiais que podem ser utilizados é muito grande. 

Para ajudá-los com uma avalanche de ideias (rs) deixo aqui esse link da Apostila de cantos diversificados - projeto IBM - Kidsmart Brasil e Instituto Avisa lá
Essa apostila é um tesouro precioso, acreditem. 
Baixem e verão que não estou exagerando. 

E vai aqui mais um link do site da nova escola. Quando abrir, vá clicando na imagem que aparece. Ele vai te levar para fotos de cantinhos reais. É muito inspirador. 

Ensine as crianças


Antes dos cantinhos entrarem na rotina das crianças, é necessário uma boa roda de conversa para apresentar cada canto, estabelecer combinados e brincar um pouco com as crianças. Afinal de contas é uma novidade e se eles não souberem como utilizar vão brincar do jeito que acham que deve ser e a ideia dos cantinhos não dará certo. Depois muitos dirão que essa historia de cantinho só piora a situação e que não gostou. 
Então, faça por etapas. Monte um canto por dia ou por semana talvez. Brinque junto com os pequenos para que entendam o propósito. 
Quando ver que eles estão entendendo bem, conseguirá colocar vários cantos de uma única vez. Assim como segue o modelo abaixo.  

Vantagens e resultados


Imagine-se começando o dia recepcionando as crianças e os pais com um caloroso BOM DIA. Depois a criança guarda sua mochila e vai para um dos cantinhos brincar. Ela fica ali interagindo com os colegas e você pode observar as crianças brincarem e ainda recepcionar os outros pais e crianças. O cantinho realmente se torna mais um educador pois te auxilia em momentos que você deveria ser 1000 (atender pais, olhar crianças, etc, rs). 
Com as crianças sabendo o que fazer e sabendo que tem possibilidades ali de fácil acesso, elas não precisarão TANTO de sua intervenção a todo momento. Quando terminar de receber as crianças, você pode ir lá e brincar um pouco com seus pequenos. Eles vão amar.
Pois bem, essa é apenas uma das inúmeras vantagens de ter cantinhos. 
Quer mais alguns? As crianças ficam mais calmas e aprendem a ter autonomia. 

Será que te convenci?
Espero que sim. 
Grandes abraços,
Lu Fernandes Pedagoga






Você é professor(a) de educação infantil? Acabou de se formar? Está atuando na área há pouco tempo e quer saber mais? Já atua na área há anos mas tem dúvidas sobre como realmente é o funcionamento geral de quem trabalha com a educação infantil?
Sempre temos algumas dúvidas, não é mesmo?

Essa matéria vai te ajudar a esclarecer muitas coisas.
As vezes acontece de nós, professores, sabermos de algumas informações de forma muito superficial.
E quando queremos mais informações sobre alguns assuntos, geralmente corremos para a internet.
Sabermos de algumas dessas informações pode até nos ajudar a esclarecer dúvidas que os pais tem.

Mas onde encontrar as respostas corretas? 
Será que são confiáveis? 
Por onde começar?

Muitos livros e apostilas estão disponíveis na internet e podemos acessá-los para saber mais a respeito das informações que procuramos. 

Um dos principais, é o portal do MEC (Ministério da Educação), pois lá estão aqueles livros que vemos e estudamos na biblioteca da escola. Já deixei o link dele em outras matérias, mas deixo aqui novamente para vocês. Clique aqui

O portal do MEC reuniu as principais dúvidas e disponibilizou desde 2013 um material com as 53 perguntas mais frequentes sobre a Educação Infantil. 
Tanto as perguntas, quanto as respostas são colocadas de forma clara e objetiva para que seja de fácil entendimento.

Quer ver algumas?

- Quem são as crianças que tem direito a educação infantil?
A resposta nos mostra que TODAS as crianças tem direito, e também esclarece aquela velha questão que muitas pessoas ainda debatem: "Mas eu trabalho! A fulana que fica em casa não precisa colocar o filho na creche (CEI)."

- Como devem ser formadas as turmas de educação infantil?
Fica claro que existe um critério de ordem superior. Não é uma escolha aleatória.

- A Educação Infantil pode funcionar sem interrupções ao longo do ano? 
Inclusive, em um pequeno trecho fala da importância do convívio familiar. (assunto que gera muita polêmica). 

- Como facilitar a relação da família para a creche quando a criança começa a frequentar a educação infantil?
Traz sugestões muito pertinentes.

O material tem perguntas bem selecionadas.
Deixo aqui o link.


Bem, vale a pena ler, fazer download e deixar guardadinho no computador, ou então imprimir.

Fica essa dica para todos nós da educação infantil, e para todos os que tem interesse, ok?
Espero que tenham gostado.

Abraços, 
Lu Fernandes Pedagoga






Nós que trabalhamos na área da educação sempre aprendemos que os projetos escolares devem suprir uma necessidade e curiosidade do nosso grupo de crianças, que façam parte de um contexto comum a eles, que seja significativo.

Pensando nisso, fiquei imaginando quantos bairros estão passando por esse problema que assola todo o Brasil nesse momento.
Quantos e quantos pais de família ficaram, ou estão angustiados por verem seu filho ou eles mesmos, com DENGUE, CHIKUNGUNYA ou ZIKA.
Então, quer um assunto mais atual do que esse?

Algumas observações muito importantes


Meus amigos, gostaria de dizer que essa ideia de projeto é para ser adaptada de acordo com a necessidade de cada região e de cada grupo de crianças.

Por quê?

Como já disse acima, nós educadores sempre aprendemos que devemos ter um olhar especial sobre a real necessidade das crianças. Então, que sentido tem pegar um trabalho pronto e simplesmente reproduzi-lo para o grupo? Quais particularidades detectei que meu grupo de crianças precisa e que estou contemplando num projeto genérico?

Não acho que o resultado dele será algo realmente significativo e importante para o grupo. Me desculpe por favor se alguém pensa diferente. Essa é minha avaliação baseada em tudo que vi aprendi na minha jornada pedagógica. 

Acabei de postar uma matéria sobre o filme COMO ESTRELAS NA TERRA. Clique aqui.
Em um trecho, mostra um grupo de professores que já se acostumaram tanto ao modo como lecionam, que não estão dispostos (pelo menos num primeiro momento) a mudar. Acreditam naquela "fórmula" já usada e acham que as crianças é que devem se amoldar a ela e não o contrário. Por isso o garotinho do filme sofre tanto.

Depois de assistir e refletir num filme desses, como voltamos para a sala de aula? Repetindo exatamente as mesmas atividades? Não mudamos nada em nosso modo de olhar a criança e avaliar as necessidades deles? 
De que adiantou então achar o filme lindo? 
De que adianta compartilhar nas redes sociais tantas postagens sobre esse entendimento do que é ser professor e do que é ser criança, se não refletirmos nas nossas próprias práticas e atitudes? 

Nosso maravilhoso Referencial Curricular que foi disponibilizado em 1998 (olha quanto tempo!) já nos apontava para esses novos olhares de cuidar e educar nossas crianças que não devem ser os mesmos de quando as creches eram cuidadas pela Secretaria da Assistência Social. 
Mas em muitos lugares ainda percebemos a mesma sequência de ideias que eram usadas muito antes de se entender quais eram as reais necessidades de nossos pequenos. 
Sim, nós trabalhamos com crianças, que tem necessidades especificas, e não com mini-adultos. E nós cuidamos E educamos. Não é apenas um ou outro.
Temos novos livros também importantíssimos lançados depois do Referencial que servem de norte para nosso trabalho. Mas para quem não conhece ou quer te-los na forma digital, deixo aqui o link do MEC para baixar.


Por isso, só pra reforçar, vou deixar aqui uma sugestão de linha de trabalho, e não um modelo pronto. 
Cada professor vai adaptá-lo e deixar com a "cara de seu grupo", isso é claro, se esse projeto for realmente uma necessidade na localidade onde mora. Senão, aconselho que não o use apenas porque é um assunto muito comentado no momento. 

Aproveite o período de adaptação que esta começando. Esse é o momento onde os professores estão conhecendo seu grupo, suas particularidades. É nesse momento que perceberão os temas que podem ser de interesse para eles. As crianças nos apontam o caminho. 

É a partir daí que nasce uma ideia de tema e podemos começar a rabisca-lo. 
Eu particularmente gosto muito de projetos anuais, mas isso é questão de escolha e necessidade de cada escola. 
Também acho importante que eles comecem por volta de março ou abril porque os professores já conseguiram conhecer melhor seu grupo e suas características especificas. Afinal de contas, não é pra isso que montamos um projeto? 
Se já chego com um projeto pronto, como eu consigo garantir que ele vai suprir a necessidade de um grupo que nem conheço?

A importância de um projeto contextualizado


Uma vez, realizei um projeto com minha turma sobre os malefícios do fumo. Percebi que muitos pais da minha turma de crianças fumavam. 
Um dia, em uma reunião de pais, eles me perguntaram se eu estava abordando esse assunto com as crianças. Nessa época, eu ainda não tinha percebido a importância de fazer uma ligação dos temas dos projetos das crianças com as reuniões de pais, então meus assuntos eram aqueles que vocês viram nessa matéria. (Clique aqui) (RS)
Quando disse aos pais, que sim, estávamos falando sobre esse tema, as falas deles me comoveram:
- "Meu filho não pode me ver pegando um cigarro. Ele já tira da minha mão e não me deixa fumar".
- "Estou parando de fumar porque meu filho pediu. Estou fazendo isso por ele".

E tantas outras falas......

Quando paro pra pensar nesse projeto, avalio que apesar de ter tido um bom efeito, eu faria muitas coisas diferentes. Apesar de sempre querer fazer o melhor trabalho com meus pequenos, ainda usava muitas atividades estereotipadas. Poderia ter sido muito melhor. Eu ainda não entendia que as crianças aprendem de formas especificas e que tem atividades que são muito mais significativas e que ajudam a criança a se desenvolver muito melhor do que outras.

Por isso eu digo a você: Faça o melhor e pesquise sobre o melhor. Não saia simplesmente pegando tudo que aparece na internet. Seja seletivo. Quando escolher um tipo de atividade na internet pergunte-se: Ela é REALMENTE adequada ao meu grupo e a idade das minhas crianças? Por quê? Como as crianças entendem o mundo nessa fase da vida em que estão? A fase de desenvolvimento que estão pede esse tipo de atividade?

Construindo um projeto sobre o mosquito Aedes Aegypti


Depois de perceber que essa é uma necessidade na sua localidade, e de que as crianças já conseguem entender a importância dele (acredito que a partir de 3 anos eles já consigam ter um bom aproveitamento desse tema), sabe o que é necessário?

Ler e pesquisar muito e muito sobre o tema. Separe todas as matérias jornalísticas que puder. Assista vídeos na internet sobre o tema. Pegue matérias cientificas que explicam sobre o mosquito e as doenças transmitidas por ele. Claro que durante o projeto o conhecimento será construído junto com as crianças e não apenas passado para elas. Mas o professor deve ter informações na mente para complementar ou corrigir informações equivocadas que as crianças tenham. 
O portal do MEC está com uma forte campanha sobre o mosquito nesse momento. Bom material para usar nas aulas. 

Comece a separar matérias e videos que podem ser passados para as crianças durante o projeto e outras que podem ser passadas para os pais nas reuniões. Essa mesma matéria pode te ajudar.

Envolva os pais e a comunidade

Faça um levantamento do conhecimento prévio das crianças sobre o assunto.

No planejamento do projeto, separe-o por etapas e pense em atividades que podem ser realizadas em cada uma delas. Assim o trabalho se torna muito mais fácil de aplicar e de acompanhar os avanços.

Faça ações com as crianças que elas possam replicar em casa. Por exemplo: Em uma (ou em algumas) das atividades os professores constroem o conhecimento de que todos devem passar pelos espaços de casa e verificar onde pode ter acumulo de água. Para fazer isso na pratica, o professor leva as crianças para dar um passeio pelo parque da escola ou pelo entorno do bairro. As crianças vão apontando os pontos que acham que são focos e os professor vai fazendo o direcionamento correto  e as intervenções em cada caso. Com uma aula prática, as crianças replicarão isso em casa. 

Em outra aula, o professor estudou e viu que podem ser usados produtos naturais no combate ao mosquito. Ele vai levar esse conhecimento para as crianças e construir junto com eles o entendimento do motivo que aquele produto pode ser bom. Já constrói também um "folheto informativo" com as crianças e elas levarão para casa. 
Um exemplo é a casca de laranja. Alguns sites mostram que ela pode ser colocada na tomada no lugar dos refis que compramos. Veja essa matéria. Veja essa matéria do programa de consumo social.
Laranja é algo de fácil aquisição. E esse teste todos podem fazer em casa.
Aqui também vale o estudo prévio que o professor fez. As estrategias usadas podem variar bastante. Se um bairro é muito precário, as abordagens podem ser diferentes de um bairro que tem uma infraestrutura melhor. 

Vocês acham que, como as crianças participaram do processo e entendimento, eles falarão disso pra os pais e parentes e mostrarão o folheto confeccionado por eles mesmos? A probabilidade é muito grande. Muito maior se simplesmente entregarmos um desenho do mosquito pego na internet e entregar para que pintem.

Já pense também num produto final super interessante, onde realmente mostre que o projeto fez a diferença. Que mostre que houve envolvimento de crianças, pais e comunidade. Para isso também não esqueça de registrar com muitas fotos. Assim você consegue fazer um antes e depois. Também escreva no caderno de registro diário as etapas, os avanços e as dificuldades. Esse material será muito importante na avaliação final do projeto. 

Modelo de etapas para que visualizem melhor todas essas dicas

De abril à outubro
Aplicação: duas vezes na semana
Atividades por mês: 8 em média

Etapa 1 - abril - conhecendo o mosquito e as doenças
Atividades: leitura de livros, pesquisa de matérias na internet, outros. Preparar cantinhos que possam levar as crianças a brincar e "mostrar" como estão entendendo o assunto. 

Etapa 2 - maio e junho - levantamento de ações necessárias no bairro
Atividades: leitura de livros e pesquisas na internet para ideias de soluções. Pesquisa de campo com as crianças e envolvimento dos familiares. Preparar cantinhos que possam levar as crianças a brincar e "mostrar" como estão entendendo o assunto.

Etapa 3 - julho e agosto - Colocando em prática os levantamentos
Atividades: Preparar maneiras de levar o que aprenderam para seu cotidiano através de pequenas filmagens, folders, e outros materiais separados e preparados pela turma.

Etapa 4 - setembro e outubro - Confecção do produto final.


Também pode ser direcionado para apenas uma das doenças se for avaliado que no bairro a necessidade maior é essa. 

São tantas ideias, tantas formas diferentes de direcionar esse projeto, que se fosse tentar escrever todas as que me vem à mente, esse post ficaria extremante grande. 
Então vou deixar apenas essa. 
Claro que ela ainda envolve muitos detalhes. Mas ele deve ter esse esqueleto para termos em mente por onde podemos seguir. Mas também deve ser reavaliado e direcionado de acordo com os conhecimentos que o grupo vai adquirindo. 

Espero que tenham gostado.

E se fizerem um projeto sobre esse tema, compartilhe as ideias. Ficarei muito feliz de trocar conhecimento com os companheiros de trabalho e ter novas ideias. 

Abraços a todos.
Lu Fernandes Pedagoga