PRECISAMOS MESMO UTILIZAR DIMINUTIVOS PARA NOS COMUNICAR COM AS CRIANÇAS?

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- Pedrinho vem pra mesinha comer o papá!
- Vamos fazer a chamadinha? Olha a plaquinha com o seu "nominho"? 

Tenho certeza que essas frases não são estranhas para você. 
Quem de nós pode dizer que nunca falou assim com uma criança? E às vezes nem percebemos, não é mesmo? Rs. 

Mas por que agimos assim? Será que essa é a melhor forma de nos comunicarmos com as crianças? 

Antigamente grande parte das pessoas (não sei desde quando) achava que falar dessa forma facilitava o entendimento de mundo para a criança. 

Infelizmente esse hábito foi levado para as escolas de educação infantil.
Claro que ao fazer isso temos a melhor das intenções, mas vamos pensar um pouco sobre esse assunto? 

O que os documentos dizem?


O RCNei vol.3 pág 119 nos diz: "Em muitas situações, também, o adulto costuma imitar a maneira de falar das crianças, acreditando que assim se estabelece uma maior aproximação com elas, utilizando o que se supõe seja a mesma “língua”, havendo um uso excessivo de diminutivos e/ou uma tentativa de infantilizar o mundo real para as crianças."

O RCNei vol.3 pág 134 nos diz: "É importante que o professor converse com bebês e crianças, ajudando-os a se expressarem, apresentando-lhes diversas formas de comunicar o que desejam, sentem, necessitam etc. Nessas interações, é importante que o adulto utilize a sua fala de forma clara, sem infantilizações e sem imitar o jeito de a criança falar."

Já observaram esses trechos acima? 
Dificilmente! O RCN é um documento extenso e talvez por isso não paramos para estudar suas informações minuciosamente. 
Mas, ele nos traz reflexões maravilhosas. Vale a pena estudá-lo. Quem sabe nas reuniões semanais de grupo?  Passos de formiga. Um pouquinho toda semana e logo teremos estudado grande parte dele e com qualidade.

Bem, vamos analisar o que esses trechos nos dizem.


Hoje em dia entendemos que as crianças tem uma inteligência muito maior do que imaginamos e que cabe a nós adultos dar o exemplo correto para que as crianças se expressem e se comuniquem da maneira correta. 

A criança não nasce sabendo a língua de determinado lugar. Mas nasce com todas as condições para aprender qualquer língua. O meio em que vive vai determinar que língua ela falará e se terá uma linguagem correta. 

A criança vai repetir o que falarmos. Se desde bebê ela ouve a palavra correta ela aprenderá o correto. Simples assim! 

Não precisamos nos preocupar em facilitar as palavras para a criança (do modo como o adulto acredita que é facilitar).

Pense comigo: se a criança está aprendendo um repertório de palavras, por que a palavra Papá seria de um entendimento mais fácil do que comida? Talvez ela não fale corretamente a palavra comida logo de início, mas ela vai tentar até conseguir. 

A forma como entendemos concepção de criança está diretamente ligada a forma que interagimos com ela. Pense nisso!

Temos muitos textos que podem nos ajudar a refletir sobre esse assunto.

Com relação a riqueza de situações comunicativas que possibilitamos para as crianças, a leitura de livros também traz a ideia de não "facilitarmos" as falas e a leitura. 
Observe esse detalhe nesse vídeo da Nova Escola.

Infantilizamos as ações em muitos outros aspectos dentro do ambiente escolar. Mas esse é assunto para outro post, ok? 

Gostaram da reflexão?
Não é fácil mudar esse hábito, mas se você se convenceu de que é importante, tenho certeza que se esforçará para conseguir. 

Abraços,
Lu Fernandes Pedagoga

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