Hoje quero fazer uma reflexão com todos os companheiros de profissão, professores, coordenadores diretores, enfim... todos da área da educação.

Acompanho muitos sites, blogs, páginas na internet sobre a educação, e a grande maioria de compartilhamentos de atividades são sempre iguais, seguem sempre a mesma linha. E a quantidade de profissionais da área que curtem e compartilham essas atividades é assustadoramente grande.

Por isso gostaria de conversar um pouco com vocês.

Como base, vou usar o Documentário QUANDO SINTO QUE JÁ SEI (clique aqui para assistir)

Já fiz uma matéria com esse documentário dando dicas de como utilizá-lo na parada pedagógica (clique aqui).

Mas hoje quero complementar mais profundamente essa reflexão.

Quero começar, usando a primeira frase do documentário:


"Uma diretora que diz: As crianças são como uma página em branco onde devemos escrever um belo livro. Se uma diretora de escola considera uma criança de sete anos uma página em branco, ela não entende nada de menino."

Tião Rocha (Educador e Idealizador do Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento)


Bem, meus amigos. Aqui já temos uma questão. Como é que eu vejo a criança que eu atendo, quer tenha 7 meses de vida, ou 7 anos, como no caso da diretora acima?
Ainda acredito que eles são uma página em branco?
Se penso assim, será que estou me atualizando, lendo os livros e matérias sobre a educação?
Sou do tipo que fez magistério e/ou faculdade e acha que tudo que precisava aprender já aprendeu, e não se atualiza mais?
Quando faço uma pesquisa na internet é para pegar uma atividade pronta para imprimir e mais nada?
Textos? Não! São muito chatos, não gosto de ler.
Calma aí! Professor que não gosta de ler? (olha meus amigos, infelizmente isso é mais comum do que imaginamos. Tenho certeza que você que está lendo essa matéria agora conhece muitos colegas que são assim.)



"Foi desenvolvida muita teoria, muitas ideias educacionais interessantíssimas, mas pouca coisa realmente foi colocada em prática."

Alessandro Bigheto (pedagogo, filósofo e mestre)


Realmente Alessandro!
Um exemplo extremamente simples na educação infantil é o tão conhecido Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (RCNei) e do qual falo em praticamente todas as minhas postagens.
Alguém pode se perguntar por que eu o utilizo tanto um documento de 1998. É porque muitas práticas que naquela época já eram questionadas, ainda vigoram hoje em dia na educação com força total.
Práticas que se mostraram pouco eficazes ou ineficazes ao aprendizado, pois já se entendia melhor como uma criança aprende, ainda são as que recebem maior número de curtidas e compartilhamentos na internet.

Eu te pergunto:
Por que na educação infantil ainda reproduzimos os mesmos tipo de estratégias em alguns conteúdos? 
Depois de muito pensar, acredito que um dos motivos seja porque isso já está enraizado em nós. Afinal de contas foi assim que nós aprendemos, nossos pais aprenderam, nossos avós aprenderam, etc
daí você vai dizer: Se todos aprenderam assim, por que temos que mudar então?
Temos que pensar que aprendemos sim, mas a que custo? Quais as aulas que você detestava? Talvez porque não entendia, ou porque era obrigado a decorar para as provas. 
O próprio vídeo chama atenção a essa forma de ver o que é uma instituição escolar. 

Mais um trecho do vídeo para refletir:


"O médico do século 20 não consegue operar numa sala de operações do seculo 21. Mas um professor do século 19 consegue dar aula numa sala de aula do seculo 21."

Simone André (Coordenadora de Educação do Instituto Ayrton Senna):


Por que?
Ora, tudo evoluiu.
Mas pense comigo. Quais áreas nos lembramos nesse momento que não evoluíram? 
Será que foi só a educação?
Provavelmente sua resposta será assustadora. A educação evoluiu muito pouco.

Bem, a forma de ensinar continua a mesma. Mas e os alunos continuam os mesmos? 

Claro que, com o modelo educacional que temos até hoje, algumas, senão talvez a maioria das intervenções que foram mostradas no documentário ainda não são possíveis.
Mas vou dizer algo a você. 
S E M P R E, em qualquer situação é possível SIM fazer alguma mudança.
Começar por algum lugar, por alguma atitude, nem que seja em um único momento da rotina, dentro da minha sala com meu grupo. 




Desafio para você: 

(Super simples e rápido)
Olhe todas as páginas do RCNei. Mas olhe os três volumes. Vou deixar os links aqui pra facilitar sua vida, rs ( volume 1, volume 2, volume 3)
Depois me conta: Quantas atividades de desenhos prontos para imprimir e pintar estão estampados nas páginas dele? Por quê?
Ora, se é um documento tão antigo, será que está tão desatualizado assim?
Agora faça uma pesquisa na internet sobre desenhos para crianças pintarem. Veja quantos milhares de páginas vão aparecer.

Agora vamos fazer uma brincadeira:
Se eu te der um rolo (papiro) e uma caneta de bico de pena e te disser para anotar todas as suas informações do dia a dia nesse papiro, muito provavelmente você vai esbravejar e me dar uma lição de modernidade. Ora pra isso temos o computador, temos a agenda no celular, etc e etc, e etc.
Nem temos que ir tão longe. Use o computador, mas salve tudo num Disquete flexível.
Você nem sabe o que é isso? 

Isso porque as coisas evoluem. E elas evoluem porque entende-se um ser humano diferente em cada época. Assim, usamos ferramentas mais adequadas para suprir as necessidades do ser humano em cada época.

Pois é! Mas e a nossa forma de ensinar, está igual a de séculos atrás?
Mas Luciana, como vou saber?

Assista o documentário. Através dele, conseguirá pensar em algumas práticas.
Leia o RCNei. Faça dele um estudo de grupo ou paradas pedagógicas.
Assista a matérias e reportagens de qualidade.
Pesquise como iniciou a ideia de creche e como ela foi mudando conforme o passar dos tempos.

Então, no fim, resumimos em...
Estudar e continuar estudando meus amigos.
Me conte mudanças realizadas na sua escola. Vou gostar de saber e compartilhar as histórias de mudanças.


Abraços, 
Lu Fernandes Pedagoga







Procuro sempre olhar o site do MEC e me informar sobre as publicações de educação infantil.
Gostei muito da forma de organização dele. Traz uma forma resumida, prática e simples de saber se nosso trabalho está indo num bom caminho. Por isso achei interessante indicá-lo para vocês.
Como diretores, coordenadores e professores, estamos sempre preocupados em nos avaliarmos e reavaliarmos para oferecer sempre o melhor para nossas crianças.
Claro que sempre teremos o que aprender, mas daremos às nossas crianças o que sabemos de melhor HOJE. 
Quem sabe daqui um tempo teremos novos olhares e mais uma vez vamos aprender mais sobre nossas crianças. 


Bem, é claro que eu não ia deixar apenas a indicação do livro, mas também algumas sugestões para utilizá-lo. 

Para o diretor e coordenador pedagógico, o livro pode ser usado no estudo de grupo, aquele que sempre falo aqui no blog (veja aqui ideias de como implantá-lo).

Outro momento pode ser nas Paradas Pedagógicas. 
Mas, na ideia que tive, talvez fosse levar muito tempo para terminar o livro. 
Se bem que nada impede de ser feito um trabalho de estudo de meses e até mais, não é verdade? 
Mas vamos lá!

Na prática...


O livro é dividido pela frase: Nossas crianças tem direito à......

Isso facilita muito a visão geral do cotidiano.

Bem, em cada estudo de grupo (que acontece semanalmente ou a cada quinze dias), podemos usar um tópico para ler e refletir se nosso grupo está conseguindo atingir esses pontos e, enquanto Creche, se estamos oferecendo o necessário para que o trabalho aconteça com qualidade.

Algumas perguntas podem ser levantadas a cada ponto. 
Por exemplo, na página 14, o tópico é: NOSSAS CRIANÇAS TEM DIREITO À BRINCADEIRA.
O primeiro ponto desse tópico é: os brinquedos estão disponíveis às crianças em todos os momentos.
Enquanto diretor e/ou coordenador podemos perguntar ao grupo:
- O que significa ter os brinquedos disponíveis em todos os  momentos? 
- Estamos alcançando esse objetivo? 
- Se não, o que precisamos fazer (enquanto professor e enquanto direção) para atingir esse ponto?

Quero levantar uma observação aqui: Algumas vezes, nós enquanto professores, achamos que nosso trabalho só conseguirá ser feito com qualidade se o diretor comprar tudo que queremos. 
Temos que observar que os brinquedos não estruturados devem ter um lugar importante no cotidiano das crianças e esses, não precisam ser comprados. Quer saber mais sobre eles? 
Dê uma olhada nessas fotos.
Essa matéria também inspira.
E as fotos do próprio livro nos dão ideias bem interessantes. Vale a pena até conversar com o grupo sobre essas fotos. 

Então, cuidado com as barreiras que colocamos para realizar nosso trabalho. As pesquisas e a nossa criatividade fazem boa parte do trabalho. Afinal, somos professores, somos criativos. 
Já vi trabalhos simplesmente maravilhosos em lugares com poucos recursos.
Por outro lado, o diretor precisa fazer compras de brinquedos que são necessários para complementar o aprendizado das crianças.
O que vale aqui é o equilíbrio. Conversar, discutir, entrar num acordo sobre o que é necessário, fará a verba destinada para esse fim ser melhor utilizada. E por isso, os momentos de estudos também são muito importantes, ok? 

Voltando...
Depois de estudar sobre um tópico, vale deixar um tipo de lição, observação a ser feita durante a semana para que no próximo estudo de grupo, algumas avaliações possam ser feitas. Não adianta apenas falar sobre o assunto. É necessário promover as ações para que as mudanças necessárias aconteçam. 

Essa foi minha sugestão de hoje para vocês. 

Para fazer um trabalho de qualidade, temos que ler sempre e muito, não tem outro caminho. Senão ficamos pra trás e nosso trabalho ficará defasado. 
Então, vamos estudar meus amigos!


Abraços, 
Lu Fernandes Pedagoga






- Pedrinho vem pra mesinha comer o papá!
- Vamos fazer a chamadinha? Olha a plaquinha com o seu "nominho"? 

Tenho certeza que essas frases não são estranhas para você. 
Quem de nós pode dizer que nunca falou assim com uma criança? E às vezes nem percebemos, não é mesmo? Rs. 

Mas por que agimos assim? Será que essa é a melhor forma de nos comunicarmos com as crianças? 

Antigamente grande parte das pessoas (não sei desde quando) achava que falar dessa forma facilitava o entendimento de mundo para a criança. 

Infelizmente esse hábito foi levado para as escolas de educação infantil.
Claro que ao fazer isso temos a melhor das intenções, mas vamos pensar um pouco sobre esse assunto? 

O que os documentos dizem?


O RCNei vol.3 pág 119 nos diz: "Em muitas situações, também, o adulto costuma imitar a maneira de falar das crianças, acreditando que assim se estabelece uma maior aproximação com elas, utilizando o que se supõe seja a mesma “língua”, havendo um uso excessivo de diminutivos e/ou uma tentativa de infantilizar o mundo real para as crianças."

O RCNei vol.3 pág 134 nos diz: "É importante que o professor converse com bebês e crianças, ajudando-os a se expressarem, apresentando-lhes diversas formas de comunicar o que desejam, sentem, necessitam etc. Nessas interações, é importante que o adulto utilize a sua fala de forma clara, sem infantilizações e sem imitar o jeito de a criança falar."

Já observaram esses trechos acima? 
Dificilmente! O RCN é um documento extenso e talvez por isso não paramos para estudar suas informações minuciosamente. 
Mas, ele nos traz reflexões maravilhosas. Vale a pena estudá-lo. Quem sabe nas reuniões semanais de grupo?  Passos de formiga. Um pouquinho toda semana e logo teremos estudado grande parte dele e com qualidade.

Bem, vamos analisar o que esses trechos nos dizem.


Hoje em dia entendemos que as crianças tem uma inteligência muito maior do que imaginamos e que cabe a nós adultos dar o exemplo correto para que as crianças se expressem e se comuniquem da maneira correta. 

A criança não nasce sabendo a língua de determinado lugar. Mas nasce com todas as condições para aprender qualquer língua. O meio em que vive vai determinar que língua ela falará e se terá uma linguagem correta. 

A criança vai repetir o que falarmos. Se desde bebê ela ouve a palavra correta ela aprenderá o correto. Simples assim! 

Não precisamos nos preocupar em facilitar as palavras para a criança (do modo como o adulto acredita que é facilitar).

Pense comigo: se a criança está aprendendo um repertório de palavras, por que a palavra Papá seria de um entendimento mais fácil do que comida? Talvez ela não fale corretamente a palavra comida logo de início, mas ela vai tentar até conseguir. 

A forma como entendemos concepção de criança está diretamente ligada a forma que interagimos com ela. Pense nisso!

Temos muitos textos que podem nos ajudar a refletir sobre esse assunto.

Com relação a riqueza de situações comunicativas que possibilitamos para as crianças, a leitura de livros também traz a ideia de não "facilitarmos" as falas e a leitura. 
Observe esse detalhe nesse vídeo da Nova Escola.

Infantilizamos as ações em muitos outros aspectos dentro do ambiente escolar. Mas esse é assunto para outro post, ok? 

Gostaram da reflexão?
Não é fácil mudar esse hábito, mas se você se convenceu de que é importante, tenho certeza que se esforçará para conseguir. 

Abraços,
Lu Fernandes Pedagoga



O coordenador pedagógico percebeu a necessidade de estudar com o grupo de professores sobre o que significa fazer experiências de explorar o mundo com as crianças, também conhecido como eixo de natureza e sociedade (RCNei) ou Experiências de exploração da natureza e da cultura (Orientações Curriculares).
Mas como fazer os professores refletirem sobre esse assunto e avançar nos conhecimentos que eles já tem?
Sim, porque temos que partir dos conhecimentos que nosso grupo possui. Sempre falamos para que os professores façam isso com o grupo de crianças, não é mesmo? 
Da mesma forma os coordenadores precisam conhecer muito bem seu grupo e elaborar estudos que vão ajudá-los a avançar.

O que observar?

Algumas sugestões do que observar:
Quais professores estão atuando na educação a pouco tempo? 
Quem tem pedagogia? 
Quem se formou a pouco tempo?  
Quem já está atuando a muitos anos e vem de um período onde a concepção de educação era diferente? 
Quais professores demonstram que gostam de estudar regularmente? 
Quais atuam da mesma forma a anos sem se preocupar com atualizações?
Quem são os professores dinâmicos? 
Com essas e outras informações que você julgar importante, entenderá melhor porque alguns professores atuam de uma forma ou outra. 
Exemplo: 
Professora 1: Uma professora já atua em Creches há 30 anos. Não tinha feito magistério nem pedagogia. Está terminando a pedagogia agora apenas por exigência. Quando começou, a creche era da assistência social e a exigência era principalmente cuidar dessa criança muito bem até que sua mãe voltasse do trabalho no final do dia para buscá-la. Durante muitos anos ela até tentou se atualizar, lendo livros enviados pelo MEC mas não conseguiu realmente entender o que significa essas atualizações e também não teve um trabalho de intervenção pedagógica que ajudasse essa professora a ser uma professora que refletisse continuamente em sua atuação, e na concepção atual de criança. Essa professora tem muita experiência em como CUIDAR das crianças e tem um bom "controle" do grupo. 
Professora 2: A professora acabou de se formar em pedagogia e não fez magistério. Apesar de saber um pouco do histórico de creche, não vivenciou essa fase. Esta cheia de ideias, de vontade de colocar a "mão na massa" mas tem pouca experiência. 
Esses são apenas dois exemplos de docentes que podem compor o quadro de professores. Analisando o perfil de cada um, conseguirá entender melhor seu grupo sem julgá-los, pois cada um está numa fase e nosso papel é ajudá-los a atuar cada vez melhor. 
Com essas informações você conseguirá adaptar melhor seus momentos de estudos e conseguirá escolher as melhores perguntas para "sacudir" seu grupo.
Essa matéria (clique aqui) vai te ajudar a complementar as informações.

Na prática 


Agora vamos pensar que você não vai usar a parada pedagógica para estudar o assunto. 
Você escolheu usar os momentos de grupo de estudos, pois o assunto não terminará naquele único dia e você poderá pensar numa reflexão que durará talvez uns dois meses, onde cada dia de estudo será uma etapa.  
Pode escolher começar assim:
1º dia - Comece separando uma frase de um pensador que tenha ligação com o tema do estudo. 
Peça que os professores relatem momentos do dia onde as crianças vivenciam as experiências de exploração da natureza e cultura. (Você coordenador já sabe quais eles vão relatar pois você conhece a rotina e atividades realizadas no CEI).
Pergunte se eles (professores) acham que tem algo que possa ser melhorado, ou algo assim. Pense numa pergunta que possa trazer uma conversa entre o grupo de forma direcionada. Se o assunto começar a sair do foco, traga-o de volta, não deixe dispersar (isso acontece com muita facilidade, rsrsrs).
Esteja preparado para usar as próprias falas dos professores para direcionar o assunto para onde você quer. Pode ter certeza que esses momentos surgirão e são ótimos para chegar no objetivo que pretendemos alcançar. Mas tente não dar respostas e sim levantar outras questões para reflexão. Deixe que eles levantem as respostas deles. 
Amigos, é por isso que não existem fórmulas prontas. Cada grupo de professores é único e as perguntas e respostas do debate só surgem ali, na hora. 
Se você já acompanha esse blog, sabe que levanto sugestões aqui para que você tenha a primeira ideia, e depois transforme e adapte as informações que coloquei de acordo com suas necessidades. 
E as sugestões que coloco, claro, são baseadas nas minhas experiências. 
Mas continuando: 
Diga aos professores que agora vão assistir a um vídeo e que se atentem as informações sobre como são abordados os assuntos de natureza e sociedade. 
Se você quiser pode até preparar algumas perguntas e distribuir para os professores antes de começar o vídeo para que eles se atentem ao foco do estudo. 
Algumas sugestões de perguntas: 
- No começo do vídeo, numa exploração sobre a borboleta, onde as crianças estavam vivenciando o assunto de interesse? Em fotos e desenhos colocados na sala ou no próprio habitat da borboleta? (não que seja errado depois ter essas informações na sala em forma de murais e desenhos das crianças, mas é que muitas vezes as informações trazidas pelos professores se restringem a isso, e a real experiência de explorar fica esquecida).
- Segundo o vídeo, quais são algumas formas de um bebê explorar o mundo?
- Quais sugestões de organização de espaço o vídeo nos dá?
- Você percebe as diferentes formas de abordar a cultura e a natureza nas diferentes regiões do país? O que os professores do vídeo avaliaram como prioridade? (No vídeo, o contexto da vivência local foi enfatizado. Se as crianças são indígenas, fazem explorações de coisas que fazem parte do seu contexto. Se as crianças tem um parque com árvores, onde as lagartas, borboletas e outros insetos visitam, essa é uma vivência real que pode ser explorada para ampliar os conhecimentos das crianças no mundo que a cerca.)
- Crianças gostam muito de fazer perguntas? será que temos que usar essas perguntas e preparar as respostas para passar para as crianças? (sabemos que não. O professor pode e deve propiciar um ambiente onde a própria criança possa tirar suas conclusões e claro, o professor vai orientar, dar o suporte necessário e às vezes corrigir alguma informação equivocada).
- No final do vídeo aparece a seguinte fala: trazer o mundo real pra dentro da escola. O que significa para cada um de nós trazer o mundo real pra dentro da escola? será que estamos fazendo isso? será que é importante? Por quê? (pergunta para levantar os pontos de vista dos professores e suas ideias de natureza e sociedade)
- Em quais momentos da rotina eu propicio essas interações de exploração com a natureza e a sociedade com minhas crianças? 
Após, comece uma conversa baseada nas perguntas ou crie uma pergunta geral onde os professores vão mencionar as suas observações de acordo com as perguntas. 
Conversem e vá direcionando o assunto de uma forma que os professores percebam aspectos talvez antes não observados em suas próprias práticas e experiências. (No começo isso pode parecer um pouco difícil, mas acredite, comece e você vai pegar o jeito aos poucos. O resultado é gratificante). 
Você também precisará de base teórica. Já tenha separado alguns materiais e trechos deles para dar embasamento a alguma dúvida e questionamento que surja no meio do caminho. 
Sugestões:
Tiradas as conclusões desse primeiro momento, deixe uma "atividade" para o grupo. Peça que registrem no caderno de registros, momentos sobre essas experiências de natureza e sociedade com as crianças: Anotem como aconteceu, que questionamentos surgiram por parte das crianças, como foi a reação do professor, que duvidas apareceram e que você professor não conseguiu resolver na hora, ou como resolveu. 
Como você coordenador vai acompanhar esses relatos no caderno dos professores e nas observações de sala, já vá preparando o 2º dia de estudos sobre o assunto. 
Essa continuação pode ser baseada nas dúvidas que agora surgiram. Prepare um momento de experiências reais com os professores como por exemplo, indo ao parque da escola e explorando mais  detalhadamente esse lugar. Ou visitando algum espaço próximo que traga questionamentos e observações que farão os professores refletirem um pouco mais sobre essas experiências. 
Cada estudo te dará a base para o próximo. 
Aos poucos perceberá mudanças em seu grupo. Perceberá que já estão conversando mais sobre o assunto, estão refletindo mais sobre as praticas, perceberá relatos no caderno de registro, enfim, é um trabalho de formiguinha. 
Espero muito que tenha gostado da ideia e que de alguma forma ajude em sua prática.
Abraços,
Lu Fernandes Pedagoga