QUE TAL LIBRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL?

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Quando navegamos pelo facebook e internet num geral, nos deparamos com muitas postagens sobre:

- Garantir o direito de todos;
- Expor as injustiças que acontecem com várias raças, nacionalidades;
- E assuntos relacionados....

São muitos compartilhamentos.

Alguns nos mostram provas de superação, de persistência e de conquistas.

O vídeo que assisti ( assista aqui novamente) do pai ensinando libras ao filho (Guerrilha vídeos) me fez pensar sobre esse assunto.

Apesar de já ter assistido a muitos vídeos sobre língua de sinais e ouvido falar muito sobre o assunto, nunca tinha parado pra analisar isso na prática.

Na verdade, pensando nesses anos como pedagoga, não me lembro de ver crianças com Deficiência auditiva nos CEIs que conheci.

Na sua escola tem criança com deficiência auditiva?

Diretora, no cadastro de inscrições existem muitas crianças com essa deficiência?

Essa resposta, eu mesma não sei dizer uma estatística e ainda não encontrei dados de CEIs aqui na internet.....

Já recebi algumas mães que não se comunicavam verbalmente (não sei se deficientes auditivas pois nem sempre uma coisa está ligada com a outra) que foram fazer inscrição dos filhos. Elas geralmente iam acompanhadas de outra pessoa pois infelizmente ficava difícil de entende-las.

Naquele momento eu pensava:
- "Por que não sei LIBRAS?"

Mas acredito que como muitas de vocês a correria me consumia e eu acabava não dando continuidade a essa vontade de aprender libras.

Outra situação interessante que me aconteceu, foi quando precisei ir ao Poupa Tempo. Tinha um rapaz trabalhando lá que estava conversando em libras com um visitante. Como aquele visitante deve ter ficado feliz em poder sair e resolver o que precisava sem que houvesse alguém com ele para "traduzir".

Como é importante a comunicação, não é mesmo?

Como é importante conseguir fazer com que os outros nos entendam, seja verbalmente, gesticulando, ou de outras maneiras.

Me imaginando no lugar daquele cidadão: Se eu fosse a única pessoa que falasse verbalmente numa terra onde todas as outras só se comunicassem por língua de sinais e não entendessem a linguagem oral, como eu me sentiria? E como eu ficaria feliz em encontrar alguém que falasse como eu, que me compreendesse!

Assim como qualquer outro tipo de deficiência, as pessoas querem se sentir aceitas na sociedade e fazer parte dela.

Muitas vezes também temos nossos desafios de como ajudar essas pessoas da melhor forma possível.

DEFICIÊNCIA AUDITIVA NO BRASIL


Bem, fui atrás de algumas pesquisas....

No site SURDO.COM.BR, existe uma pesquisa do IBGE no senso 2000, onde mostra que 24,5 milhões de brasileiros apresentam algum tipo de deficiência, sendo 14,5% da população total. Dentre eles, 4,6 milhões possuem deficiência auditiva e 1,1 milhão são surdas, totalizando aproximadamente 5,7 milhões de pessoas.

Uau, é muita gente, não é mesmo?

Mas o que está sendo feito para ajudar essas pessoas?

Se formos fazer uma pesquisa na internet já percebemos muitos sites, como esse citado acima, que procuram auxiliar os surdos.

Algumas faculdades já tem em sua grade o ensino de LIBRAS (na época que fiz, não tinha. snif!)

Mas as vezes, até os professores que aprendem na faculdade essa linguagem, não sabem como ou quando utilizar na prática.

Então, como eu e você podemos colocar em pratica a inclusão, pelo menos nesse aspecto?

A IDEIA


Que tal, incluir na grade do CEI um momento para ensinar LIBRAS para os bebês?

- "Ai ai Luciana, mas eu não tenho crianças com essa deficiência,e eu não sei LIBRAS. Não vai dar certo!"
- "Opa, já quer arrumar mais trabalho pra gente? Já temos uma rotina longa e extensa para cumprir!"
(desculpem amigas, mas já visualizei muitas dando essas respostas. Espero que você não seja uma hein?!) RS!

Bem, com certeza o novo nos assusta. E isso é normal. Mas me dá uma chance e se dê uma chance.

Pensa assim: 
- "Eu como professora, quero plantar essa sementinha no meu pequeno que está aqui comigo. Pode ser que ele cresça e se interesse em aprender LIBRAS para se comunicar com conhecidos que não falam verbalmente."

Imagine várias crianças que já crescem conhecendo um pouco dessa linguagem. A inclusão não estaria sendo espalhada por muito mais pessoas?

Calma, quero pensar num planejamento junto com você.

PLANEJANDO


Vamos lá.

Por onde começar.

Vamos pensar que você seja Coordenadora Pedagógica. As professoras tem um semanário a ser seguido não é?

Inclua nele, pelo menos uma vez por semana as LIBRAS. Pode ser no momento de ensinar repertório de palavras para os bebês.

Sabe aquele momento que a professora mostra a figura de um animal e fala para as crianças ELEFANTE. Então, junto com isso ela já inclui o gesto em LIBRAS do elefante.

Em outros momentos podem utilizados vídeos em LIBRAS para crianças.

Se os bebês estão adquirindo novas linguagens, não será forçado, e sim muito natural. Um pouco toda semana.

Começa no Berçário I, se estende ao II, depois aos Mini Grupos, e quem sabe na EMEI também... Que máximo! Já estou visualizando que maravilhoso....

ENFRENTANDO OS DESAFIOS


Mas ai vem outra duvida.

- "Luciana, nem eu e nem uma professora aqui no CEI sabe LIBRAS, como faremos isso?"

Claro que vocês não vão começar sendo detentoras no assunto.

Como falei, podem começar por palavras simples, através de figuras.
Tem vários vídeos na internet que ensinam. Não precisa sair de casa e gastar dinheiro fazendo um curso. (O que é claro, também seria muito válido.)

No portal do surdo já tem as primeiras dicas. (veja aqui)

O You tube está cheio de vídeos inspiradores.

Aqui vão alguns para te dar aquele gás....




Recomendo que primeiro você amiga coordenadora, assista a alguns e se inspire. Prepare a primeira parada pedagógica do ano especialmente voltada para esse assunto com muitas brincadeiras e vídeos para sua equipe. Isso ajudará a motiva-las também.

Lance a ideia e coloque em prática pelo menos por um ano e faça uma avaliação no final do ano.

O estudo coletivo dá uma motivação a mais. Use momentos de estudo com o grupo para aprenderem gestos novos. Façam trocas de experiências durante o ano. Estudem matérias sobre o assunto (Portal MEC - pdf sobre surdez. Saberes e práticas da inclusão na educação infantil).

E se você for uma professora que se sentiu tocada pelas ideias, mas suas colegas ou sua coordenadora, nem diretora se sentiram motivadas?

Que tal se você conversasse com ela (coordenadora ou diretora) dizendo que gostaria de fazer um projeto experimental com suas crianças esse ano que se segue?

Lembre-se que cada uma de nós pode fazer uma pequena contribuição.

Eu estou aqui sugerindo uma ideia. É o inicio de minha contribuição.

Você que esta diretamente com os pequeninos, também já pode começar a fazer a sua parte. Quem sabe você não motiva todas as outras colegas?

Claro que tudo isso será um inicio. Muitas dificuldades surgirão no começo. Muitas adaptações precisarão ser feitas.


Mas é assim que se começa: dando o primeiro passo.

Imagina se depois essa prática fica permanentemente no curriculo do CEI. Que diferencial interessante não acha?


Não existem muitas escolinhas que tem em seu currículo o ensino do inglês? E olha que tenho colegas que dizem que precisam passar para as crianças essa pequena noção do idioma, sem mesmo terem feito curso ou terem fluência. Procuram um vídeo aqui outro ali e acaba dando certo!

Porque não LIBRAS?


Vamos fazer a nossa parte?

Lu Fernandes Pedagoga

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