"O sol por ali assim,
Chegou uma velhinha assim,
Com a trouxa desse tamanho
E um pedacinho de sabão assim,
E um pouquinho de água assim..."

Se você é professor(a) da educação infantil deve ser assim também.....
Essas músicas não saem da cabeça.
Na creche ou na escola passamos o dia cantando com as crianças, e em casa os familiares aprendem também, de tanto cantarolarmos, rsrsrsrsrs.

O repertório de músicas infantis é muito grande.
Muitas são super conhecidas, outras são mais regionais.
E essas músicas já foram gravadas e regravadas por artistas famosos como Xuxa e Galinha Pintadinha.

São tantas opções que às vezes ficamos perdidos.
Quais músicas escolher?
Quais se adequam melhor ao meu projeto?
Criança só deve ouvir músicas infantis?

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Algumas situações comuns

Meus amigos, com certeza as músicas tradicionais e regionais infantis que tanto cantamos para as crianças desde muito pequenas são importantes. 
E claro que também temos que valorizar as músicas que estão em seu contexto familiar. 
Cada criança, cada família, tem um gosto musical que faz e continuará fazendo parte da história da criança.

O que muitas vezes acontece no ambiente escolar é a falta de pesquisa antecipada para trazermos às crianças um enriquecimento desse repertório.
Como assim?



Vamos pensar e refletir em algumas situações:

Situação 1 - Os pais em casa já compraram todos os DVDs da Galinha Pintadinha. A criança já conhece e sabe cantar todas as músicas. A maioria das crianças da turma já conhece. 
Talvez o professor ache que esse é uma avaliação de que esse deve ser seu ponto de partida para montar seu projeto. Quais as músicas que o professor vai escolher? As músicas que eles já conhecem? E ainda durante o projeto planeja vários momentos onde a atividade será ouvir as músicas desses mesmos DVDs exaustivamente para as crianças dançarem? 
Nesse contexto, qual é a novidade?
Como o repertório das crianças está sendo ampliado? 

Situação 2 - No CEI ou na escola algumas músicas já estão dentro da rotina. As crianças cantam as músicas regionais tradicionais na hora da roda. Na entrada e saída tem o momento de cantar ou até mesmo assistir DVDs com essas músicas infantis. 
Mais uma vez pensamos no momento de montar um projeto: Vou fazer um projeto sobre músicas infantis.
Hei! Qual é a novidade? 
As crianças já não tem as músicas tradicionais regionais em determinados momentos da rotina?
Ora, se na roda fazemos os gestos característicos da música para acompanhar o som e o movimento corporal, já temos alguns elementos sendo trabalhados aí. (alguns ok, pois a música é um eixo muito amplo). E também estamos ajudando a não deixar essas músicas do cancioneiro popular morrer.
Se tiver uma nova música para aprender, é só inclui-la nesse momento tão divertido e prazeroso que é a roda de música. (Também não precisa necessariamente ser uma roda)

Situação 3 - Dentro do projeto existem momentos onde os professores acham importante trazer músicas referentes ao assunto abordado. Quais escolhe? 
As cantadas no DVD da Xuxa? Afinal ela canta num estilo que as crianças gostam e assim fica mais fácil entender. 
Bem, será que as crianças só podem e devem ouvir músicas produzidas pela mídia para atingir esse público.
Amigos, não vamos subestimar a inteligência das crianças!

Calma! Não estou dizendo para abolirem essas músicas. 
Mas toda a nossa prática deve ser pensada para favorecer o desenvolvimento das crianças.
Esses DVDs produzidos pela mídia tem seu lugar e seu momento.

Mas estamos pensando em APRENDIZADO e AMPLIAÇÃO DE REPERTÓRIO. 

O RCN nº3 na pág.65 nos diz: 

"Há que se tomar cuidado para não limitar o contato das crianças com o repertório dito “infantil” que é, muitas vezes, estereotipado e, não raro, o mais inadequado. As canções infantis veiculadas pela mídia, produzidas pela indústria cultural, pouco enriquecem o conhecimento das crianças. Com arranjos padronizados, geralmente executados por instrumentos eletrônicos, limitam o acesso a um universo musical mais rico e abrangente que pode incluir uma variedade de gêneros, estilos e ritmos regionais, nacionais e internacionais."

Pense e reflita bem nesse trecho acima.

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Mas então, como vamos ampliar o repertório de nossas crianças? 
O próprio RCN nº 3 pág. 64 responde: 

"Tal repertório pode contar com obras da música erudita, da música popular, 
do cancioneiro infantil, da música regional, etc."

Que tal incluir uma música clássica suave na hora da troca de fraldas e do banho, como música ambiente?
Que tal embalar as crianças nesse momento com músicas calmas ao som da voz do próprio professor trazendo mais aconchego e cumplicidade entre você e o bebê?  
Que tal incluir MPB no projeto do ano?
Ou até mesmo montar um projeto de algum cantor da MPB? O mesmo RCN na pág. 65 nos orienta: 

"O contato com uma obra musical pode ser complementado com algumas informações 
relativas ao contexto histórico de sua criação, 
a época, seu compositor, interpretes, etc"

Sim. Trazer ritmos diferentes, formas de cantar diferentes, conhecer instrumentos diferentes que são usados por aquele cantor, conhecer a história..... 

Ah! Luciana mas esse tipo de projeto não chama a atenção das crianças. Elas não vão gostar. 
Então assiste esses vídeos aqui:



Isso me lembra o seguinte trecho do RCN nº 3, pág. 52: 

"...Diferenças individuais e grupais acontecem, fazendo com que, aos três anos, por exemplo, integrantes de comunidades musicais ou crianças cujos pais toquem instrumentos possam apresentar um desenvolvimento e controle rítmico diferente das outras crianças, demonstrando que o contato sistemático com a música amplia o conhecimento e as possibilidades de realizações musicais."

A música traz uma ligação emocional. Essas crianças aprenderam e gostam dessas músicas por influência dos pais ou das pessoas que admiram. 
Na escola as crianças também tem uma ligação emocional com seus professores. Se os professores transformarem esse projeto num aprendizado prazeroso, se for instrutivo e também divertido, as crianças terão a oportunidade de se familiarizar com outros estilos musicais. Poderão no futuro ter a oportunidade de escolher entre tantas opções e não apenas as impostas pela industria das música. Acredito que nesse momento, o forte é o funk. Veja aí se muitas delas não sabem cantar várias dessas músicas, rsrs.
Também as crianças tem a oportunidade de aprender. Como mostra o trecho acima do RCN, elas podem aprender se tiverem a oportunidade. As crianças são capazes, são inteligentes. 

Só pra exemplificar: Hoje tenho um gosto musical específico. Mas tem várias músicas do ABBA e de cantores sertanejos como Milionário e José Rico que me pego cantando quando ouço. E gosto! E elas me trazem ótimas recordações.  
Mas por quê? Porque meus pais colocavam esses discos (isso mesmo... discos) para tocar em casa quando eu era criança. Eram minhas músicas de infância.
Lógico que também ouvi músicas produzidas para o público infantil como Xuxa, Chiquititas e outras mais. Mas percebem que existem as variedades?

Quais são suas músicas de infância? Quais lhes trazem recordações maravilhosas? 
Quais músicas do repertório regional ou internacional queremos deixar marcados no coraçãozinho de nossos pequenos?

Pensem nisso!
Ampliem as possibilidades!



Sugestões 

Para finalizar, o RCN nos traz uma lista incrível de Obras Musicais e Discografia nas páginas 79, 80 e 81.

Tem Palavra Cantada (que eu amo de coração, rsrsrs). As músicas deles tem um repertório do mundo infantil cantado com muito cuidado, muita atenção aos detalhes, riquezas de instrumentos e de rimas....... Enfim, eles não subestimam a inteligência das crianças. Vale muito a pena usar as músicas deles (sou suspeita, rsrsrsrs).
Tem as nossas queridas músicas populares infantis, porém cantadas por Toquinho, Vinicius de Moraes, entre outros. Os arranjos, melodias, formas de cantar trazem uma riqueza de informações que podem ser trazidas para as crianças.
Tem músicas regionais muito específicas como as Indígenas por exemplo. Por que cantar apenas 1,2,3 Indiozinhos? Vamos trazer o que é realmente ser indígena através de sua cultura, incluindo as reais músicas tradicionais deles? Talvez queiramos deixar de falar do índio apenas em abril e ampliar para um trabalho profundo sobre esse povo. 
Tem música clássica para crianças - Tchaikovsky. Muito gostoso e prazeroso ouvir.

E nas páginas 70 à 72 no subtópico Jogos e Brincadeiras, nos traz observações interessantes que contém nas tradicionais músicas infantis e que podemos utilizar para direcionar melhor nossos objetivos com cada uma delas.

Vamos usar e abusar dessas idéias meus amigos. 

Deixo abaixo o link de algumas obras para ouvirem, mas atualizarei essa lista conforme encontrar os áudios na internet para que possam utilizar no CEI ou na escola, ok?






Abraços, 
Lu Fernandes Pedagoga










Queremos sempre que nossas crianças aprendam da melhor maneira possível. 
E para isso a estratégia escolhida fará uma grande diferença.
O que escolher? 
Você até já ouviu falar em sequência de atividades, mas não entende bem sua aplicação?
Essa matéria vai te ajudar.

Falando sobre a sequência de atividades


Segundo o RCNei vol.1, pág 56, "são atividades planejadas e orientadas com o objetivo de promover uma aprendizagem específica e definida. São sequenciadas com intenção de oferecer desafios com graus diferentes de complexidade para que as crianças possam ir paulatinamente resolvendo problemas a partir de diferentes proposições. Estas sequências derivam de um conteúdo retirado de um dos eixos a serem trabalhados e estão necessariamente dentro de um contexto específico."

Gosto muito do Referencial Curricular. Apesar de já ser um pouco antigo, no meu ponto de vista ele trouxe uma revolução no modo como devemos olhar o aprendizado de nossos pequeninos. 

Bem, suponhamos que o projeto que você está realizando com as crianças tem muitas atividades de desenho livre, para que eles se expressem sobre o que estão aprendendo através de desenhos.
Mas você, professor atento e que já leu muitas matérias da internet ou de livros que falam sobre o desenvolvimento do desenho infantil (essa matéria da Nova Escola pode ajudar), percebe no meio do caminho, que os desenhos de seus pequenos não estão tão adequados para a faixa etária (isso não é uma regra pois cada criança e cada turma tem seu tempo, mas você percebe que eles podem dar um passo a mais). 
Talvez sua turma não tenha tido muitas oportunidades de exercitar essa tarefa fantástica que é o desenho livre. Pode ser que até então, só tenha sido oferecido a eles desenhos prontos, e não conseguiram desenvolver tão bem os próprios traços. O que fazer então? 
Faça uma sequência de atividades que possa ajudar as crianças a desenvolver um pouco mais esse desenho. 

Vamos analisar:
Desenvolver os traços dos desenhos é algo bem específico. Como vimos no Referencial, não precisa abranger todas as outras áreas do conhecimento - Movimento, Música, Artes visuais, Linguagem oral e escrita, Natureza e sociedade e Matemática (áreas do conhecimento descrito no RCNei vol. 3). 
Projetos geralmente abrangem todas as áreas do conhecimento. Essa é uma grande diferença entre a sequência de atividades e o projeto. 

Nesse caso citado acima pode ser escolhido só as Artes Visuais por exemplo, e montar uma sequência. 
Quando pensamos em sequência, pensamos em algo que evolui do fácil para o difícil, do menor para o maior, e assim vai. A ideia aqui é a mesma.

Colocando em prática


Vamos pensar inicialmente em um mês, 2 vezes por semana. 
Serão 8 atividades que terão novos desafios um após o outro.
Uma das atividades pode ser só numa folha de sulfite em branco, outra simplesmente com um palito de sorvete colado no meio de uma folha, outra com um circulo, na próxima com dois círculos paralelos, outra pode ter um triângulo colado em um canto da folha, e assim até que você professor, perceba que os desenhos das crianças estejam mais elaborados. Quando alcançar seu objetivo, a sequência pode ser finalizada. Para saber se os desenhos estão realmente evoluindo, guarde o primeiro feito antes de começar a sequência. Durante o processo, dê outro desenho livre e faça observações entre o primeiro e este novo.

Claro que você vai elaborar a sequência muito melhor do que o acima, colocando objetivo, e montando bem mais detalhadamente. Você também fará as avaliações para saber se está indo no caminho certo ou se algumas atividades precisarão ser modificadas e melhoradas.  

Essas atividades contendo interferências (algo que possa ser um ponto de partida a ser explorado) ajuda a criança a pensar em possibilidades. 
O palito de sorvete pode se tornar a base para o galho de uma florzinha. Um triângulo pode se transformar em um navio. Os dois círculos podem parecer olhos para dar vida a um rosto. 
Enfim..... as possibilidades são inúmeras.  
Vejam aqui a explicação e sugestão que o RCNei vol.3, pág. 108 traz. São ideias fantásticas que podem ser ampliadas de acordo com a necessidade de nossos pequeninos. 
Uma outra sequência muito utilizada é a do nome próprio. Quando bem planejada, ajuda as crianças a desenvolverem rapidamente a leitura e escrita do nome.

Professor, explore bastante essa forma de aprendizado. 
Se não conseguir entendê-la na prática logo de inicio, não se preocupe. Não deixe de fazer. Planeje uma e aplique. Observe bem. Analise. Vá fazendo as melhorias conforme for entendendo melhor. 

Você vai perceber a ferramenta poderosa que tem a sua disposição.
Gostou? Espero que sim!

Abraços,
Lu Fernandes Pedagoga


Já ouviu falar em projeto PLANETA TERRA? Tenho certeza que sim. 
Esse sem dúvida é um dos projetos mais realizados todos os anos na Educação infantil. 
Cada professor, ao planejá-lo pode ter um objetivo. 
Geralmente, um objetivo em comum entre eles é ensinar para as crianças de alguma forma que o nosso planeta é importante e que temos que cuidar dele.
Mas já me perguntei muitas vezes se esse objetivo (o de cuidar do planeta) é realmente atingido.
Em muitos anos na área e conhecendo muitos trabalhos, percebi uma repetição de atividades sobre esse tema que muitas vezes apenas reproduzem o que outros colegas já fizeram. 
Na hora do planejamento, a sequência de atividades escolhidas não leva em conta as necessidades da turma, da natureza ao seu redor, dos malefícios que certos hábitos estão tendo no meio ambiente em seus tempos.

Algumas atividades (que claro, tem seu momento dentro do ambiente escolar), não trazem uma reflexão real com as crianças sobre quais são as AÇÕES que elas devem tomar para ajudar a melhorar sua casa, sua rua, seu bairro, sua cidade, seu estado, seu país..... o planeta. 

Vou alistar abaixo algumas atividades que se repetiram dentro desse tipo de projeto (essas foram de experiências minha enquanto professora e coordenadora pedagógica):

- Vamos pintar a árvore
- Vamos colar papel crepom na árvore
- Vamos pintar o leopardo, tucano (e outros animais existentes no planeta)
- Vamos fazer a árvore com as palmas das mãos e tinta guache
- Leve o menino até a natureza por esse caminho..... (atividade de "ligar" um lugar ao outro)
- Vamos nos vestir de árvore, de leão, etc
- Vamos fazer a árvore de recicláveis 
- Vamos confeccionar o leão com EVA
- Vamos pintar o mapa mundi
- Vamos assistir ao vídeo da árvore falante
- Cole elementos da natureza no mural......

Será que alguém se identificou? 
Tenho certeza que muitos de nós conhecemos essas atividades. 
E muitos já devem estar se perguntando: Mas o que há de errado com elas?
Nas atividades em si... nada.
O problema é como muitas vezes o professor planeja e organiza. 
Em partes, ficamos felizes de termos a internet para nos auxiliar nas nossas dificuldades e dúvidas.
Mas por outro lado, deixamos a correria nos fazer pegar a primeira atividade pronta na internet para aplicar na sala. 

Agora, imagine um projeto inteiro com uma sequência de atividades no estilo acima. 
Será que essas atividades por si só, levam a criança a ENTENDER quais ações elas devem realizar para ajudar DE VERDADE o planeta? 

Não quero aqui dizer que alguém está fazendo seu trabalho errado. Até porque os objetivos mudam de uma turma para outra. 
E também vamos ganhando experiência com o passar dos anos e melhorando nosso modo de trabalhar. Vamos descobrindo que podemos planejar o mesmo projeto e escolher objetivos diferentes. 

Eu sempre pensei muito sobre o objetivo de aplicar um projeto na educação infantil. Quando fosse montar, pensar CLARAMENTE que objetivo eu gostaria de alcançar no fim do ano (sendo um projeto anual). 

Usando as atividades acima, o objetivo alcançado seria o de conhecerem materiais diferentes e adquirirem algumas habilidades artísticas. Se o objetivo do professor for esse........

Mas geralmente, quando o professor tem em mente esse projeto, ele pensa na responsabilidade que todos nós temos de cuidar de nosso lindo lar, que é o planeta Terra. 

Mas então, que tipo de ações devem constar no planejamento do professor para alcançar esse objetivo?

Eu, Luciana, não gosto muito de projetos prontos pegos na internet, ou nos livros de projetos que tem em coleções......
Acredito que toda escola ainda tenha esses livros.

Acredito em pesquisarmos IDEIAS na internet e adequá-las a realidade e necessidades de nossas crianças.
Então vou sugerir algumas coisas, mas nada pronto. 
Elas servirão para que todos nós reflitamos no objetivo que temos com cada atividade e como ela esta diretamente ligada ao objetivo maior do projeto.

Salvando o Planeta

Essa responsabilidade é muito grande. 
Em um ano de trabalho com certeza não conseguiríamos mostrar para as crianças todas as formas de ajudar a cuidar da Terra. 
O interessante é pensarmos em pequenas partes.

Podemos ajudar o planeta gerando menos lixo em casa, por exemplo. 
Pode parecer pouco, mas isso dá um trabalho de projeto para o ano inteirinho....
Não acredita?
E vamos pensar bem... Diminuir a quantidade de lixo não ajuda significativamente a melhorar o planeta? Pense em quanto lixo é gerado todos os dias? Essa ação por si só melhoraria muita coisa.

Para entenderem melhor o que quero dizer, vou criar uma turma imaginaria e pensar em possibilidades que podem suprir as necessidades da turma que recebi esse ano.

Idade: 3 à 4 anos
Projeto: anual (abril à outubro)
Realizar: o projeto 2x por semana
Objetivo: Promover ações que levem as crianças a serem multiplicadoras do conhecimento, e poder contribuir para  melhorias no nosso bairro.
Pontos observados da comunidade: Desde fevereiro venho observando que minhas crianças gostam muito de brincar no parque da escola, que tem muitas árvores e plantas. Mas as pessoas da rua jogam muito lixo nas calçadas e uma parte desse lixo infelizmente entra no nosso parque com os ventos. Muitas vezes as crianças veem ou até pegam esses lixos para brincar. 
Próximo da nossa escola tem lugares cheios de lixo, a começar pelas calçadas.. 
Todas as vezes que chove, esse lixo entope as passagens de água e o bairro vira um caos.
Aqui no bairro já temos a coleta semanal de recicláveis. 
Já observei também que pela manhã, quando os pais trazem as crianças ou no final do dia, quando vem buscar os filhos, os pais dão algum alimento para as crianças e estes jogam suas embalagens no chão. 
Em alguns momentos como na reunião de pais e outras oportunidades que tive de conversar com os pais, percebi que eles tem o habito de levar os filhos para fazer compras nos supermercados aqui próximos.

Conhecendo essas particularidades do meu grupo, posso pensar em possibilidades de etapas para nosso projeto.

Etapa 1: Abril - 4 semanas = 8 atividades em média
Momento de investigação mais detalhada do que as crianças sabem.

- Fazer rodas de conversa sobre como é para as crianças fazer compras: o que costumam comprar, se ajudam o papai e a mamãe a carregar uma sacola. O que elas fazem com a embalagem da bala ou danone que comem?
- Dar folhas para que as próprias crianças desenhem como é sua rotina de compras com os pais (as crianças expressam muitas coisas através dos desenhos)
- Elaborar um questionário para ser enviado aos pais.
- Fazer levantamento do que as crianças sabem e não sabem e durante o ano usar atividades que ajudarão a responder as perguntas das crianças. 
- Preparar um cartaz de O QUE SABEMOS e O QUE APRENDEMOS. (Ele será preenchido durante o ano junto com os conhecimentos adquiridos com o grupo)

Possivel avaliação da etapa 1: Nesse contexto, percebo que a grande maioria ainda usam muitas sacolas descartáveis e não se atentaram ao dia da coleta reciclável.

Etapa 2: Maio, Junho, Julho - 12 semanas = 36 atividades em média

- Preparar reunião de pais para falar sobre o projeto do ano
- Levar vídeos e livros em momentos de rodas de conversa que levarão as crianças a entender como podem ajudar a diminuir sacolas plásticas (veja esses vídeos do projeto Akatu - em especial os vídeos: um novo olhar sobre o plástico e o ciclo das sacolas plásticas)
- Momentos de desenhos livres para que as crianças expressem nos desenhos o que estão absorvendo do assunto e possam nortear os próximos passos. Os desenhos prontos, aqueles impressos todos iguais para as crianças, não mostrará o que eles estão aprendendo.
- Visitar supermercados da região para saber como são utilizadas as sacolas plasticas. Preparar algumas perguntas junto com as crianças. Levar em conta principalmente os questionamentos deles. Marcar entrevista com um  responsável do supermercado.
- Colocar na sala um lixinho para que as crianças joguem as embalagens do alimento que comerem e assim acabem ensinando para os outros. 
- Depois de bem entendido o assunto, confeccionar JUNTO com as crianças frases que serão reproduzidas em cartazes para colocar pela escola e pelo bairro e nos supermercados. Escrever junto com eles para que se apropriem da escrita. 
- Convidar os familiares para participar de alguma atividade sobre o assunto, dando também o exemplo para as crianças.
- Fazer jogos e brincadeiras que ensine o que pode ser reciclado e o que não pode. 
- Preparar folders, onde a escrita também pode ser feita com a ajuda das crianças para que se apropriem dela. Esse fôlder vai conter as informações do dia, horário que passa o caminhão de coleta de reciclável e o que pode ser separado em casa. 
- Entregar em diversos estabelecimentos da região.

Etapa 3: Setembro e Outubro - 8 semanas = 16 atividades em média - finalização

- Confeccionar com os pais algumas sacolas reutilizáveis com TNT. 
- Preparar um material que será levado pra casa, de tudo que aprenderam e como irão utilizá-lo como aprendizado para toda a vida.
- Preparar uma avaliação para os pais de como esse projeto mexeu com sua vida em casa, e sobre atitudes que mudaram durante o ano. 

Gosto muito de dividir projetos por etapas. Me ajudam a visualizar melhor tudo que posso planejar de uma forma coesa e organizada.

Conseguem perceber como as crianças participam ativamente nas etapas do projeto? 
Os professores fazem sim um levantamento de ideias, mas elas podem ser modificadas de acordo com o conhecimento que as crianças trazem. 
Nada é imposto pelo professor. Eles constroem as ideias juntos. 
A ideia do projeto mobiliza atitudes para a vida e mexe com os pais, familiares e comunidade.  

Será que esse projeto sobre como ajudar o PLANETA TERRA terá bons resultados? 
Bem... esperamos que sim. Com o objetivo bem claro, as atividades foram pensadas e organizadas para alcançá-lo. 

Muitas variáveis podem ser feitas dessa ideia. Como eu disse, ela vai precisar se adequar com cada realidade. Fiquem a vontade para usar essa ideia e modificá-la como acharem mais adequado.
Esse projeto poderia ser voltado para a preservação da água no planeta, ou para os animais em extinção do planeta Terra,  etc. 
Para cada objetivo,  atividades que levem a alcanca-lo. 
Tenho certeza que vários de vocês já tiveram ideias incríveis que podem complementar e até melhorar as ideias acima.

Gostaram? 
Me contem as experiências de vocês.

Grandes abraços
Lu Fernandes Pedagoga